O fundador e administrador da Biojam Holding Group valoriza muito a palavra inovação, repetindo-a várias vezes ao longo da entrevista. Deixa logo bem claro, no início da conversa, que, “embora não tenhamos nada contra, não somos uma empresa de genéricos, não queremos sê-lo”.
Fala com convicção: “Queremos medicamentos diferenciados, com uma componente de inovação muito forte. Esse é o nosso objetivo desde o início.”
Era o responsável máximo de uma empresa farmacêutica quando, em 2006, um conjunto de fatores o fez tomar a decisão de avançar com o seu próprio projeto, que disponibilizava apenas um produto na área da leucemia linfoblástica aguda.
Em 2015, a empresa foi “rebatizada”, nascendo a Biojam, assim designada devido à componente hospitalar muito forte de produtos biológicos – “Bio” –, a que foram adicionadas as iniciais das últimas três palavras do nome do seu fundador, Carlos Jorge Almeida Monteiro – “jam”.
“Começámos com um produto na área da leucemia linfoblástica aguda, na qual somos líderes de mercado a nível ibérico. Depois entrámos no mercado da Anestesiologia, com umas seringas pré-cheias de substâncias com princípios ativos já muito conhecidos: atropina, efedrina, fenilefrina e adrenalina”, refere o administrador da Biojam Holding Group.
De acordo com o responsável, esta solução das seringas “veio aportar um índice de desperdício quase nulo, sendo praticamente zero do ponto de vista da farmacoeconomia e do erro médico”.
“Posteriormente, disponibilizámos um produto único na emergência hipertensiva. E assim fomos criando um mercado hospitalar forte, com o reconhecimento dos vários players e sempre apostando na componente inovação”, diz Carlos Jorge Monteiro.
Seguiram-se os suplementos alimentares diferenciados, a entrada na especialidade de Medicina Física e de Reabilitação e até no mercado da cosmética médica. Com a chegada de 2020, deverá avançar o projeto de distribuir em Portugal dois produtos à base de canábis, com os quais se pretende proporcionar “conforto” – uma nova “indicação global”, comenta o nosso entrevistado – a quem necessita de cuidados continuados ou paliativos e sofre de náuseas, dor, falta de apetite ou insónia…
Prémios Biojam Inovar
“Ao longo destes últimos anos, muitos negócios nos foram propostos e que nós não aceitámos porque seria mais do mesmo, não aportariam qualquer inovação”, frisa Carlos Jorge Monteiro.
Não é de admirar, pois, que entretanto tenha sido criado o Prémio Biojam Inovar, com atribuição anual e edições abrangendo várias áreas: Anestesiologia, Hematologia Oncológica Pediátrica, Farmácia Hospitalar, Enfermagem Perioperatória, Nutrição Parentérica e Medicina Física e de Reabilitação.
A vontade de inovar é tão grande que o Grupo já conseguiu colocar em comercialização o primeiro produto de marca Biojam. “Nós investimos na área musculoesquelética, através de um centro de investigação em Madrid, adquirindo a patente de um suplemento alimentar à base de membrana do ovo, curcuma, vitamina C e magnésio.
O ArtroJam é indicado em situações em que seja relevante a manutenção da funcionalidade das articulações e das estruturas musculoesqueléticas”, esclarece Carlos Jorge Monteiro.
O responsável quer deixar explícito que “a Biojam Holding Group é hoje uma empresa farmacêutica de referência na Península Ibérica, onde a inovação, desde a origem, combina com o rigor, a competência, a determinação, a ética, a resiliência e o cuidado com os demais, como valores humanos fundamentais”.
“À medida que a empresa vai crescendo, a responsabilidade social deve ser tão importante quanto os seus resultados. Deve ser um objetivo obrigatório”
“Estamos a procurar alargar os nossos horizontes em várias áreas”, garante Carlos Jorge Monteiro, que fez questão de que esta entrevista fosse realizada nas instalações da Associação Kastelo
Fundação Biojam: a responsabilidade social “deve ser um objetivo obrigatório”
Carlos Jorge Monteiro recorda que conheceu a AAMA – Associação de Atividade Motora Adaptada, há uns anos, porque aceitou o convite para participar num jantar de beneficência a favor dessa instituição.
Sensibilizado com o que viu, decidiu de imediato proporcionar o acesso a terapias de suporte, como hidroterapia e hipoterapia, a uma das crianças. No final de 2017 já eram cinco os menores acompanhados, tendo sido então traçado o objetivo de o apoio ser estendido a uma dezena de crianças.
“Assumimos que deveríamos alargar a nossa presença a outros projetos da dimensão, seriedade e ética da AAMA e criámos a Fundação Biojam, com o propósito de liderar cada um destes novos projetos”, explica Carlos Jorge Monteiro.
Outra instituição que entretanto começou a ser apoiada foi a Associação NOMEIODONADA – Kastelo, com o apadrinhamento de três meninos (o Gabriel, o Rafael e o Diogo), “dando-lhes carinho e aumentando o seu conforto e qualidade de vida”.
“À medida que a empresa vai crescendo, a responsabilidade social deve ser tão importante quanto os seus resultados. Deve ser um objetivo obrigatório”, afirma Carlos Jorge Monteiro, que desafiou o seu filho Diogo Monteiro, atualmente com 25 anos e a cumprir o internato médico, a presidir à Fundação Biojam.